Confira dicas de especialistas para fazer sua reeducação financeira

Da mesma forma que para emagrecer e ter uma vida mais saudável é necessário mudar os hábitos, se reeducar financeiramente também requer atitudes novas. Mas, em vez de excluir o chocolate do cardápio, de reduzir a quantidade de gordura ingerida e frequentar a academia, no orçamento, a ponderação toma o lugar dos gastos extras.

Embora a regra já seja conhecida pelos adultos, muitas vezes não é colocada em prática, dando margem para a inadimplência e o endividamento. Em casos como esse, compreender o próprio orçamento é o primeiro passo para a mudança. “As pessoas sabem como economizar, mas poucas o fazem”, explica o consultor Álvaro Modernell. De acordo com ele, identificar que está com um problema financeiro é o mais difícil. “É imprescindível aceitar que há uma dificuldade em relação ao dinheiro e mudar com ações concretas”, complementa Modernell.

A palavra-chave para diminuir os gastos e ter uma reserva de capital para as emergências é controle. “Nunca compre nada sem pensar e, de preferência, espere de dois dias a uma semana para decidir se precisa ou não do produto”, recomenda o consultor. Mesmo com as informação ao alcance, os consumidores ainda se endividam por terem vergonha de pedir ajuda. É o que diz o professor de Educação Financeira do Instituto Dsop, Adenias Gonçalves Filho. “As pessoas não querem assumir para outras os problemas financeiros e isso atrapalha muito na resolução”, resume.

Deixe as contas no azul

1 – Faça os serviços domésticos, evitando contratar empregadas, diaristas e jardineiros. Nesses casos, o custo mensal pode reduzir consideravelmente usando apenas algumas horas do seu dia.

2 – Pondere as compras. Você realmente precisa ter mais um par de sapatos? Faça a pergunta antes de comprar o produto por impulso e deixar guardado no armário. Pensar antes de gastar dinheiro é o primeiro passo.

3 – Verificar o quanto você gasta ao mês, semestre ou ao ano em tarifas bancárias é um bom indicador se o banco está corroendo suas finanças. Se discordar dos valores pagos, busque outros bancos.

4 – Reduza os gastos com as contas básicas. Quando sair de um cômodo, desligue a luz. O mesmo vale para a água, já que não há necessidade de escovar os dentes com a torneira aberta, por exemplo.

5 – Não use o cheque especial como renda extra. A modalidade é um empréstimo que o banco oferece, mas os juros são os maiores entre os produtos financeiros, até mesmo que do cartão de crédito.

6 – Liste todos os seus gastos. É muito mais palpável quando há um documento com as despesas expostas. Dessa forma, você saberá exatamente quais cortar e o que pode manter no orçamento.

7 – Coma mais em casa do que na rua. Além de economizar, estar na cozinha pode se transformar em um momento de prazer. Leve a família para o cômodo e faça um almoço em conjunto, por exemplo.

8 – Estabeleça metas de poupança para a realização de sonhos e para ter uma reserva financeira destinada a cobrir imprevistos. Pagando à vista é possível negociar preços.

9 – Estabeleça limites de gastos para cada categoria de despesa e acompanhe ao menos semanalmente se os gastos estão evoluindo dentro do limite definido. Repensar é uma das recomendações.

10 – Requisite a participação de toda a família, inclusive os filhos. Peça ajuda a todos os membros, para que eles se sintam também responsáveis pela saúde financeira da família. Assim, ficará mais fácil estabelecer o orçamento familiar.

Não fique no vermelho

1 – Usar o cartão de crédito como forma de financiar as compras é muito perigoso para o orçamento. Além dos juros altos, as parcelas se unem e a dívida pode ficar mais alta do que você espera no fim do mês.

2 – Quando não há um controle claro das despesas, é muito mais fácil se enrolar. Saiba exatamente em quais itens você está usando o seu dinheiro e não tenha surpresas desagradáveis para o bolso.

3 – É preciso ter hábitos que sejam equivalentes ao quanto você ganha. Se você recebe um salário mínimo, não tem como sustentar idas aos restaurantes mais luxuosos da cidade, por exemplo.

4 – Um erro muito comum é não pensar na aposentadoria. Mesmo que guardar dinheiro para o período diminua o seu orçamento, é necessário olhar para o futuro para tentar manter o mesmo ritmo de vida.

5 – Não esqueça das festas e não deixe para comprar o presente na véspera. Todo ano tem Natal, Páscoa e outras datas comemorativas, então prepare-se. Seu filho já disse o que deseja? Vá guardando o dinheiro.

6 – Além de evitar dívidas, ao comprar à vista o consumidor consegue ter noção do dinheiro que está gastando. O carnê, por exemplo, dá a impressão de que você tem mais dinheiro do que realmente possui.

7 – Passar os seus ensinamentos financeiros aos seus filhos é muito importante. A mesada é uma forma, mas lembre-se: é necessário que haja controle, só assim ele aprenderá de forma prática.

8 – Muitas pessoas têm os sonhos de comprar um carro e ter a casa própria. Mas qual é a sua prioridade? Pense no que trará mais estabilidade para a sua vida e programe-se, sem comprar no impulso.

9 – Não viaje se você não tem uma reserva. O ideal é programar o período, pelo menos, seis meses antes do embarque. Dessa forma, é possível economizar até 50% nas passagens e na hospedagem.

10 – Ter um investimento é uma das formas de não entrar no vermelho. Aplicar o dinheiro e ter um retorno gera uma multiplicação do dinheiro investido. Estude o melhor segmento para você e aplique

Fonte: Jornal O Dia