Começo este texto com uma pergunta: o que você deseja na vida? Sim, esta é uma pergunta bem ampla, mas é provável que você tenha uma resposta semelhante à da maioria das pessoas.
“Quero progredir na vida”, “Quero ter estabilidade no meu emprego”, “Quero formar uma família e prover conforto para todos”, “Quero ser reconhecido na minha área de estudos e trabalho”, “Quero montar uma empresa lucrativa” são respostas frequentes.
Indo mais fundo, podemos traduzir quase todas as respostas de uma forma mais direta: “Quero ficar rico”. Por que queremos ficar ricos? Porque em nossa mente a riqueza tem relação direta com a felicidade. Hum, perceba que estamos mesmo em busca da felicidade, e pensamos que a riqueza pode comprá-la.
O problema com isso é que formamos (de forma consciente ou não) uma ligação entre felicidade e consumo. É fato que realmente experimentamos uma sensação prazerosa quando compramos algo, mas isso é passageiro.
Considerando que sempre haverá um carro melhor, uma casa melhor, roupas melhores e etc., entrar nessa onda fará de você um prisioneiro do consumo, e isso nunca terá fim.
Os ricos são mais felizes que os pobres?
Você conhece a Suíça? Eu nunca fui lá, mas já pesquisei a respeito daquele país. É um lugar muito desenvolvido. Eles não sabem o que é passar fome. Os serviços de saúde e transporte público são excelentes.
Todos os jovens têm acesso a ótimas faculdades e praticamente não há desemprego. Também não há sobrecarga de trabalho. Como se não bastasse tudo isso, eles têm toda a Europa, com sua rica história e cultura, à disposição para ser explorada. Ricos assim, eles são mais felizes que nós brasileiros?
A vida por aqui? Eu nem preciso descrever nossa situação, certo? Contraste total com a Suíça. Estamos bem mais próximos da pobreza que da riqueza. Somos mais infelizes que os suíços?
Curiosamente, o que observamos é o oposto. A Suíça apresenta altos índices de suicídio, que é uma atitude normalmente ligada à uma profunda insatisfação com a vida. Já no Brasil, temos um povo predominantemente gentil, alegre, hospitaleiro e solidário.
Isso quer dizer que pobreza tem ligação com a felicidade? Claro que não. Todos precisamos suprir nossas necessidades básicas (e outras nem tão básicas assim) para sermos felizes.
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Fonte: Giovanni Coutinho, para o Dinheirama.com