Uma nova regra do Conselho Monetário Nacional busca restringir o uso do crédito rotativo – uma das mais altas do mundo – e, assim, estimular a queda dos juros. Parece bom, mas se as condições oferecidas pelo seu banco não forem bem avaliadas, a mudança pode não aliviar o bolso.
O que muda no rotativo?
A partir do dia 3 de abril, o consumidor poderá ficar no rotativo por, no máximo, 30 dias. Depois disso, há duas opções: ou quita a dívida integralmente ou o banco oferece uma alternativa – que pode ser o parcelamento ou outra modalidade de crédito, por exemplo. No entanto, vale ressaltar que a opção de parcelamento é facultativa aos bancos. Ou seja, se não for oferecida a alternativa de parcelar a dívida, o consumidor precisa quitar a dívida de imediato, ou corre o risco de ficar inadimplente junto aos órgãos de proteção ao crédito. A ideia com a mudança, portanto, é que o consumidor livre-se da dívida antes do efeito bola de neve.
Como será feito?
Aí mora o perigo: as regras para os bancos são bastante maleáveis e cada um poderá definir quais alternativas oferecerá aos clientes. Se for dada a opção do parcelamento, não há definição quanto ao número de prestações ou juros cobrados (embora eles devam ser menores que o do rotativo). Então, é preciso ficar atento, pois se passar de uma taxa de 484% ao ano para uma de 350%, por exemplo, o patamar continuará altíssimo e desvantajoso para o consumidor. Agora, se não for oferecido o parcelamento, o consumidor precisará buscar outras opções para arcar com o custo da dívida.
Mudança no limite
Também não há regras claras sobre como ficará o limite do consumidor enquanto paga a dívida, se ele será reduzido ou não.
Como se proteger
Uma dica importante para evitar um mau negócio é pesquisar as opções oferecidas e negociar. O crédito pessoal ou consignado, por exemplo, podem oferecer taxas mais atrativas do que os juros do parcelamento da dívida impostos pelo banco. Procure informar-se, antes de a medida entrar em vigor, sobre as novas condições oferecidas por diversas instituições, assim você poderá comparar e analisar o que é mais vantajoso.
E lembre-se: o pagamento mínimo da fatura é uma grande cilada
Mesmo com a possibilidade de ter os juros do rotativo reduzidos, as taxas praticadas pelo mercado ainda são muito altas e podem afetar gravemente as suas finanças. Por isso, fique sempre atenta a quanto pode pagar e não ultrapasse as suas possibilidades financeiras: o pagamento integral da sua fatura será sempre o melhor negócio.
Fonte: Finanças Femininas