O desafio de uma mãe com filhos pequenos no supermercado vai muito além de completar a lista do mês e conduzir o carrinho ao caixa. Uma das táticas usadas para reduzir as despesas com alimentação é deixar as crianças em casa na hora de fazer as compras. Mas e se você optasse por outro caminho e aproveitasse este momento para dar a eles algumas noções de educação financeira?
Ensinar “o que pode e o que não pode” para as crianças não é tão fácil quanto parece. Os estímulos vão partir não só da família, mas também dos comerciais de TV, dos coleguinhas do bairro e da escola, enfim, de toda a vivência da criança. É preciso aprender a lidar com isso da melhor forma, afinal, não há como criar os pequenos dentro de uma redoma.
Para que eles possam de fato diferenciar as necessidades das vontades, é preciso que o aprendizado venha com base em experiências práticas, que estimule-os a realmente perceberem as coisas, em vez de simplesmente assimilarem aquilo que você disser. É o que mostra este artigo do The New York Times, o qual ensina a fazer o oposto de mimar. É justamente sobre alguns pontos importantes abordados neste artigo que vamos falar agora!
COMO PERCEBER O VALOR DE CADA COISA?
Logo cedo já é possível fazer as crianças pensarem sobre o que é necessário e o que é dispensável por associação. Por exemplo, se a família planeja fazer uma viagem, você pode mostrar à criança a importância de economizar falando sobre as coisas que vocês deixarão de fazer para juntar dinheiro para que o passeio aconteça.
Ainda no início da infância as crianças tem um certo prazer em tentar agir como nós agimos, é como se elas tentassem ser como nós somos. O ideal é aproveitar justamente essa fase para ensinar a elas alguns valores.
Ao caminhar pelo supermercado, converse com seus filhos mostrando exatamente o motivo de compras as coisas que vocês estão levando (benefícios para saúde, vitaminas presentes, etc).
Isso é importante até para que elas saibam discernir a melhor forma de fazer economia no supermercado. Já um pouco mais maduras, elas serão capazes de fazer comparações que vão além do preço. Ao avaliar produtos de marcas concorrentes, elas vão comparar o tamanho das embalagens, os nutrientes de cada um e farão escolhas mais acertadas. Pode parecer estranho imaginar que as crianças farão este tipo de observação, mas fica tudo muito mais fácil se elas aprenderem observando os pais fazendo o mesmo.
Na hora de escolher os produtos da feira, vale o mesmo princípio. Da mesma forma como você aprende alguns truques para identificar quando uma fruta está boa ou ainda não amadureceu, você pode passar algumas noções de quantidade para as crianças. Mostre a elas as oscilações de preços, principalmente quando uma fruta estiver mais cara por estar fora da estação. Assim elas vão assimilando noções de quantidade e evitarão desperdícios na hora da compra. Se o preço de determinada fruta estiver muito alto, é melhor levar somente o necessário para a semana do que comprar a mais e correr o risco do alimento ficar ruim ou apodrecer.
Como dissemos acima, o aprendizado vem com prática, com a vivência. São experiências assim que farão com que seus filhos percebam o valor de cada coisa e que o dinheiro não cai do céu, ainda que eles não tenham que fazer esforço para adquiri-lo. Ainda que você tenha condições de dar a seus filhos tudo que eles precisam e desejam, ensine-os a dar valor ao que tem. Afinal, é preciso prepara-los para a vida e não é entregando tudo de mão beijada que eles vão descobrir o caminho!
Fonte: Finanças Femininas