É natural do ser humano propor e desejar mudanças, mas dificilmente conseguir colocá-las em ação. Em alguns campos de estudo, esse processo é chamado de irracionalidade. De fato, a ausência de lógica ou de guia racional está presente na maior parte das decisões.
O próprio fator temporal já implica fortes influências sobre as análises realizadas. Quando um time de futebol ganha três jogos seguidos, por exemplo, independentemente de sua trajetória anterior, ele é considerado um dos melhores do campeonato, enquanto, se sofre três derrotas, gera irritação na torcida e pedidos para que o técnico seja demitido.
Efeitos similares ocorrem no campo econômico. Fatores externos e não explicáveis podem interferir consideravelmente nas escolhas de investimento de cada indivíduo, e é esse um dos campos bastante pesquisados por estudiosos da linha conhecida como economia comportamental.
De acordo com especialistas dessa área, é essencial que a educação financeira faça parte do cotidiano, não somente para que se torne viável a obtenção de melhores retornos para o capital mas também para que haja maior precaução e menor temor em momentos de instabilidade.
Monitorar gastos, cortar despesas desnecessárias e investir testando diferentes modalidades de aplicação financeira, para ver quais são mais rentáveis dentro de um nível de risco adequado, é fundamental para o aumento da racionalidade ao longo do tempo. Esse aprendizado possibilita maior tranquilidade, mesmo durante a tempestade.
Em momentos de aperto financeiro como o atual, é ainda mais importante estar preparado e compreender as oscilações do mercado para não cometer erros como os da crise de 2008. Naquele momento, mesmo diante de um cenário econômico adverso, muitos investidores que não contavam com a inteligência econômica acabaram escolhendo rumos bastante prejudiciais, como adquirir imóveis sem ter condição de pagá-los, o que causou uma enorme inadimplência.
A questão da educação financeira não deve se restringir exclusivamente a profissionais ou ao ensino acadêmico regular, mas estender-se à compreensão cotidiana da forma como se deve lidar com o dinheiro e de como empregá-lo de maneira mais eficiente e, consequentemente, mais duradoura.
Fonte: Samy Dana, para a Revista Você S/A